CRISTO, O AMOR DE DEUS PARA COM O HOMEM
Jo 3:16
Porque Deus amou (ἀγαπάω) o mundo (κόσμος) de tal maneira que deu (δίδωμι) o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Acredito que não haviam muitos eruditos dessa envergadura em Jerusalém. O status de doutor da lei, professor e juiz da corte suprema não permitiu que Nicodemos entrevistasse O Senhor em plena luz do dia. Pelo que vemos, o doutor percebeu o poder com que o Rabino de Nazaré falava. O nobre professor reconheceu a precisão dos seus discursos, pois eles impressionavam todas as classes sociais da época. As suas aulas faziam com que o gozo da alma sobrepujasse as dores da vida e com que os deleites do corpo submetessem a um espírito reto.
O amor pelo kosmos e não somente por um grupo seleto não seria uma boa conclusão aos ouvidos de um fariseu; de certo modo essa afirmação feriu o orgulho religioso do seu entrevistador. Do caos, Deus chamou o kosmos (origem do termo inglês cosméticos - ordem?); Ele viu que tudo que fizera era bom, e por isso o amou. O pecado não agrediu somente a "Imago Dei" no homem, mas interferiu negativamente em toda a criação. E por amar (agapáō) tanto a sua criação, deu (didómi) o Seu Filho Unigênito para salvar o agressor.
No Éden, mesmo com o presente da vida e as dádivas terrenas que a compunham, não foram suficientes para extrair do homem a crença no Deus Criador. O nosso Mestre e Salvador nos ensina que no jardim o homem amou a si mesmo, na loucura de ser igual a Deus. E Deus, entretanto, amou tanto a sua criação se tornando homem, para que todo aquele que cresse nessa humilhação e justificação fosse salvo por Ele. Nicodemos precisava entender que a lei era um laço provisório, uma condução ética para um destino mais excelente. Deus sempre soube que o seu povo não guardaria toda a lei; na verdade, o que sempre interessou a Ele foi, e ainda é, o nosso amor e anelo por sua vontade última, tornar-nos um com Ele (Jo 17). Desde a queda esse foi o único motivo de toda a história da humanidade.
Considerando a proposta deste breve rabisco, quero convidá-lo a refletir nesse amor. Nicodemos refletiu e desejou muito que os demais sentissem o poder de suas palavras (Jo 7.51). Se você ainda não a conhece, leia; se a teme, estude-a e se já a maneja, viva-a intensamente. Essa é a "tal maneira" de demonstrar o quanto cremos nesse amor.
Por Daniel Santos
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